Aparentemente, limitar o consumo de leite e produtos lácteos pode ser um fator de risco para osteoporose em pacientes com doença inflamatória intestinal (DII). Pesquisadores estudaram 208 pacientes, com objetivo de avaliar a correlação entre a densidade mineral óssea (DMO) medida por absorciometria por raios-X com dupla energia (DXA) com o consumo de leite e produtos lácteos antes e após o diagnóstico de DII. Foram medidas também as concentrações séricas de 25-hidroxivitamina D [25 (OH) D], cálcio, fosfato e paratormônio (PTH).
O estudo, publicado no periódico Nutrition, encontrou que a prevalência de osteopenia e osteoporose no grupo de pacientes com DII foi 48,1%. Ao mesmo tempo, 87% dos pacientes com DII relataram consumo de leite. Os pacientes deste grupo com massa óssea adequada totalizaram 91,7%, enquanto pacientes com osteopenia e osteoporose compreenderam 82% (p = 0,0382) dos pacientes.
Nos pacientes com DII que consumiram leite, a DMO do colo do fêmur foi maior do que naqueles que não ingeriram leite (p = 0,0587).
A porcentagem de pacientes com DII consumindo produtos lácteos foi de 96,2%; no entanto, esse número diminuiu após o diagnóstico para 83% (p <0,0001). Além disso, os níveis de concentração de 25 (OH) D diminuíram nos pacientes com DII após o diagnóstico.
Diante dos resultados, os autores concluem que DII se associa a alta prevalência de osteoporose, mas os valores de DMO também são indiretamente afetados pela diminuição no consumo de leite e outros produtos lácteos após o diagnóstico da doença inflamatória intestinal.
Referência
Iwona Krela-Kaźmierczak, Michał Michalak, Aleksandra Szymczak-Tomczak, Agata Czarnywojtek, Anna Wawrzyniak, Liliana Łykowska-Szuber, Kamila Stawczyk-Eder, Agnieszka Dobrowolska, Piotr Eder. Milk and dairy product consumption in patients with inflammatory bowel disease: Helpful or harmful to bone mineral density? Nutrition, 2020 [epub ahead of print].
