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Probiótico melhora remissão sintomática e viral no COVID-19

O agente causador da pandemia de COVID-19 que afetou o mundo nos últimos anos, o SARS-Cov-2, pode variar de assintomático, sintomas leves, moderados, fortes e até a morte. Os sintomas clássicos já elucidados incluem a tosse seca, febre, falta de ar, dores no corpo, dor de cabeça, fadiga, diarreia, anosmia, entre muitos outros de efeito curto e/ou longo prazo. 

Teriam os probióticos alguma ação positiva no tratamento destes pacientes? Estudos recentes indicam que os probióticos poderiam trazer benefícios ao hospedeiro através da ligação do trato gastrointestinal com o trato respiratório, entre seus respectivos microbiomas, denominado eixo-intestino-pulmão. Por este motivo, um estudo buscou testar o uso de um probiótico de 4 cepas (Lactiplantibacillus plantarum KABP033 (CECT30292), L. plantarum KABP022 (CECT7484), L. plantarum KABP023 (CECT7485) e Pediococcus acidilactici KABP021 (CECT7483), na proporção de 3:1 :1:1) em pacientes diagnosticados positivamente com COVID-19.

Foram aprovados para o estudo 300 pacientes e 293 concluíram o período completo de avaliação. Foram feitas 3 visitas ao local de pesquisa e avaliação por um médico (dia 0,15 e 30), contato telefônico (dias 5, 10, 20 e 25) e um preenchimento diário de formulário digital.  A idade dos participantes variou de 18 a 60 anos, com tempo médio de inclusão no estudo de 4 dias após o primeiro sintoma. Os participantes foram separados em grupos de uso de probióticos (n = 150,3 não concluídos) e grupo placebo (n= 150, 4 não concluídos).

Dos dados coletados:

  • 53,7% eram do sexo feminino
  • O IMC médio dos participantes era de 28 kg/m²
  • 21% eram fumantes
  • 15,5% tinham diabetes
  • 29,5% tinham hipertensão arterial
  • nenhuma morte foi registrada

O resultado de remissão completa, sintomática e viral, ao 30° dia de estudo foi alcançado por 53,1% (n=78) dos participantes do grupo probiótico e 28,1% (n=41) dos pacientes do grupo placebo (diferença significativa P < 0,001). Os pacientes com uso de probióticos relataram menos dias de febre, tosse, dor de cabeça, mialgia, dispneia, náusea, diarreia e dor abdominal quando comparados ao grupo placebo.

O tratamento com uso de probióticos foi associado a menor carga viral no dia 15 e 30 de estudo, quando comparado ao grupo placebo (P < 0,001). Comparado ao grupo placebo, o tratamento com probiótico também foi associado a níveis séricos mais altos de IgG e IgM de ligação a SARS-CoV2 nos dias 15 e 30 (todos P < 0,001) e níveis séricos mais baixos de PCR no dia 15 (P <0,001).

Os pesquisadores concluíram que o uso de probióticos alcançou um efeito significativo na melhora da taxa de remissão contra  o grupo placebo (P < 0,001), menor tempo de sintomas e cargas virais mais baixas nos dias 15 e 30 de avaliação, concluindo que a microbiota intestinal influencia na a imunidade contra infecções virais e que o probiótico pode ser um aliado no tratamento do COVID-19.

Link: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8757475/