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Conhecimento das medidas preventivas ao COVID-19 por pais de crianças com doença celíaca

O Coronavírus (COVID-19), recente vírus que se espalhou pelo mundo causando uma pandemia mundial. A causa é um vírus de ácido ribonucleico (RNA) chamado síndrome respiratória aguda grave coronavírus-2 (SARS-CoV-2). Indivíduos com comorbidades anteriormente reconhecidas, independente da idade, tem maior taxa de contágio e mortalidade, principalmente pelo impacto respiratório da pneumonia viral, que afeta os sistemas múltiplos de órgãos.

A doença celíaca é uma enteropatia autoimune causada pela reação imunológica desenvolvida através da ingestão de glúten entre indivíduos com predisposição genética, aumentando risco de sepse, pneumonias e internações hospitalares por gripes. Por este motivo, os pacientes celíacos tornaram-se grande grupo de risco para o contágio de COVID-19.

Visando avaliar quais medidas protetivas para esse grupo de risco eram conhecidas pelos pais, um estudo selecionou pacientes entre 4 e 18 anos, diagnosticados com doença celíaca com base em testes sorológicos para detectar imunoglobulina A (IgA) -transglutaminase tecidual IgA (tTGA) e/ou transglutaminase de tecido de imunoglobulina G (IgG) IgG (tTGG) e realizaram uma coleta de dados com os pais, no formato online, no ano de 2020.

Os pesquisadores coletaram os seguintes dados:

  • A média de idade dos participantes foi de 11,36 anos (± 4,36 anos), sendo 45 (61,6%) meninas e 28 (38,4%) meninos.
  • 65,8% dos diagnósticos foram feitos entre 1 e 4 anos de vida, seguido de 31,5% dos 5 aos 8 anos e 2,7% dos 9 aos 11 anos.
  • O peso médio dos participantes foi de 35,7 kg. Alterações de peso foram notadas, tendo 20,5% ganho 1kg, 53,4% ganho mais de 1kg, 23,3% sem alterações no peso e 2,7% perderam peso dentro de 1 mês antecedente a coleta de dados online.
  • 53,4% dos pais achavam que seus filhos com doença celíaca eram mais suscetíveis a contrair o COVID-19 do que uma criança sem a doença. 
  • “Lavar as mãos frequentemente com sabão e água, limpar as mãos com desinfetantes à base de álcool, evitar contato físico e ficar longe de pessoas com sintomas gripais” foi apontado por 80,8% dos pais como a medida mais protetiva para o contágio do COVID-19, além disso, 75,3% dos pais instituíam etiqueta respiratória aos filhos.
  • 63% afirmaram que o COVID-19 não era transmitida por animais domésticos, 72,6% sabiam que a porcentagem mínima para a eficácia de higienizantes a base de álcool era 70% álcool, 89% respondeu que não há medicamento específico para o tratamento do COVID-19 até o presente momento, 95,9% afirmaram higienizar compras antes de utilizá-las e 78,1% respondeu que não permitiu a saída desnecessária dos filhos durante a pandemia. 
  • Outros fatores relatados pelos pais foram: 24,6% nervosismo, 13,6% aumento de apetite, 6,84% dor de cabeça, 4,1% aumento na queda de cabelo e 43,8% tiveram mudança no padrão da higiene do sono.

Pacientes pediátricos constituem de 1 a 5% da taxa de pacientes com COVID-19. O estudo avaliado apresentou um alarmante dado de que pais de crianças com doença celíaca não acham que seus filhos estão mais suscetíveis a contrair o COVID-19 do que crianças sem a comorbidade. Medidas para conscientização e manutenção do estilo de vida saudável destas crianças e pais são necessárias, segundo os autores.

Referência: Bükülmez, Ayşegül, Baş, Melike Taşdelen and Çiftci, EsraEvaluation of anti-COVID-19 measures taken by the parents of children with celiac disease: a cross-sectional study. Sao Paulo Medical Journal [online]. 2021, v. 139, n. 3 [Accessed 3 December 2021] , pp. 201-209. Available from: <https://doi.org/10.1590/1516-3180.2020.0644.10122020>. Epub 03 Mar 2021. ISSN 1806-9460. https://doi.org/10.1590/1516-3180.2020.0644.10122020.
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