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Nutrição de Reabilitação e Terapia de Exercício para Sarcopenia

A sarcopenia, muito relacionada  ao avanço da idade ou doenças graves, é a perda de força e função muscular devido a depleção do músculo esquelético, também amplamente associada a resultados adversos como quedas, fraturas, aumento de incapacidade funcional e aumento de mortalidade. O volume e força muscular em pacientes na faixa dos 70 anos estão reduzidos em cerca de 30 a 35%, comparando aos 40 anos, sendo ela, reduzida cerca de 1 a 2% a cada ano que passa, ao ultrapassar os 50 anos de idade.

  A nutrição de reabilitação é uma forma eficaz de tratar e prevenir a sarcopenia iatrogênica, aquela mais provável de ocorrer em unidades de cuidados intensivos. As estratégias utilizadas são focadas em maximizar a função, a atividade e a participação do paciente por meio de gerenciamento de cuidados nutricionais intensivos, com apoio do olhar da equipe multidisciplinar, tanto na identificação da causa quanto no plano de ação para atender aos objetivos da reabilitação.

O diagnóstico:

  • Triagem da circunferência da panturrilha, SARC-F ou SARC-CalF, introduzem o diagnóstico de “possível sarcopenia”, definida por baixa força muscular ou desempenho físico reduzido.


A epidemiologia:

  • A prevalência de sarcopenia em lares de idosos é de 51% em homens e 31% em mulheres, e a prevalência de sarcopenia nos hospitalizados é de 23% em homens e 24% em mulheres. A prevalência de sarcopenia por doença é de 31,4% em indivíduos com doença cardiovascular, 26,4% em indivíduos com demência, 31,1% em indivíduos com diabetes mellitus e 26,8% em indivíduos com doenças respiratórias.


A causa:

  • Na sarcopenia primária, relacionada à idade, a diminuição das células satélites musculares e neurônios motores, diminuição da secreção de hormônio do crescimento, testosterona e grelina, aumento de citocinas pró-inflamatórias, função mitocondrial prejudicada, produção anormal de miocinas e perda de peso associada à insegurança alimentar podem estar associadas ao desenvolvimento da doença.
  • Na sarcopenia secundária, relacionada à diminuição de atividade física, doença ou má nutrição, possíveis fatores para o desenvolvimento da doença são: repouso prolongado no leito, diminuição brusca de peso, anorexia, o descondicionamento hospitalar,  atrofia muscular por desuso e ingestão energético-proteica inadequada.

A terapia:

  • Apesar das evidências para recomendações do tratamento nutricional da sarcopenia ainda serem escassas, a ingestão adequada de proteínas e calorias juntamente aos exercícios físicos são fatores de grande importância neste tratamento. Assim como a sua permanência no estilo de vida do paciente.
  • Há resultados que elucidam que o ganho de massa muscular não pôde ser notado com o  uso de suplementos proteicos em pacientes com concentrações séricas de vitamina D de 50 nmoL/L e ingestão de proteína dietética inferior a 1,0 g/kg/dL.
  • Se a ingestão de calorias for insuficiente, pouco adianta a batalha contra a sarcopenia, sendo recomendado a modificação de texturas, uso de lanches e suplementos nutricionais 
  • Os tipos de intervenção de exercício que mostraram resultados benéficos incluem treinamento de resistência, exercício aeróbico, treinamento com pesos e treinamento de equilíbrio.

As recomendações nutricionais:

  • Cuidados hiperagudos: ingestão de menos de 70% do alvo e 1,3 g/kg/dia
  • Cuidados agudos: não exceder 20 a 25 kcal/kg/dia
  • Cuidados subagudos: 25 a 30 kcal/kg/dia e 1,2 a 1,5g/kg/dia.
  • Transição de doença/ recuperação gradativa: ingestão calórica maior o cálculo recomendado para aumento de massa e força muscular.

A terapia multidisciplinar para a reabilitação do paciente é imprescindível, tanto na sarcopenia primária, quanto secundária, incluindo a nutrição e exercício físico como importantes fatores nesta recuperação.