A creatina é um ácido orgânico que pode ser obtido de forma endógena e exógena, uma molécula importante que resulta em diversos benefícios principalmente na produção de energia. Está presente de forma exógena em alguns alimentos como carnes vermelhas, frutos do mar e de forma endógena sintetizada no fígado, rins e no cérebro.
A deficiência pode resultar no esgotamento de estoques cerebrais, causando distúrbio mentais, como atrasos de aprendizagem e convulsões, porém eles podem ser revertidos com a suplementação da creatina.
Quando a suplementação exógena de creatina é realizada há um acréscimo do seu conteúdo no cérebro, e de fosfocreatina para ATP, sendo um marcador importante pois a elevação dos seus níveis resultam na melhora da memória alterando a bioenergética cerebral, e estimulando a atividade mitocondrial de neurônios do hipocampo. Em seres humanos saudáveis, há relatos sobre os seus benefícios no funcionamento cognitivo.
Os estudos para esse artigo foram realizados através de ensaios clínicos randomizados,sendo proposto para uma população saudável, que não fossem portadores de comorbidades, e indivíduos sem restrições alimentares como por exemplo, vegetarianos. Foram divididos em dois grupos, e um subgrupo, onde alguns receberam suplementação de creatina (encapsulada e em pó), e os outros o placebo.
Para o desenvolvimento e métodos de avaliação deste estudo foram realizadas metanálises e análises. No primeiro momento foi utilizado uma metanálise na comparação da mudança do desempenho das duas ofertas realizadas, com as suas diferenças médias. Logo após uma heterogeneidade estatística com intervalos de confiança de (95% ICs) e expressa como medida do Q de Cochran (teste χ 2) e I 2. Os dados foram considerados moderadamente heterogêneos quando I 2 os valores variaram de 50% à 4,9%, altamente heterogêneos quando os valores foram de 75% e acima. Utilizou-se também uma análise de sensibilidade para avaliar a robustez dos resultados estatísticos, para isso foram descontados os efeitos da creatina (encapsulada versus pó), em condições de (estresse normal versus estressado) (após hipóxia, privação de sono ou exercício exaustivo) e taxa de participantes perdidos durante o seguimento de (<15% de perda vs ≥ 15% de perda). Por fim realizaram análises de subgrupo com base na idade avaliando (< 50 anos vs ≥ 50 anos), sexo apenas entre homens e mulhes, com um tempo de duração de ≤ 2 semanas e > 2 semanas com doses que variavam entre ≤ 5 g/d vs dose alta > 5 g/d) de suplementação de monoidratrado de creatina. Foram utilizados também teste de memória de curto e longo prazo.
Após as análises dos dois grupos, de acordo com as ofertas de suplementação exógena (creatina encapsulada, em pó e do placebo) para indivíduos saudáveis, resultou-se nas identificações obtidas nas análises que o efeito pela oferta da creatina em forma de pó, trouxe melhor desempenho a memória. Esses benefícios tiveram melhores evidências e eficácias em adultos mais velhos > 66 a 76 anos, pois o conteúdo de creatina cerebral pode diminuir durante o envelhecimento, sendo essa uma boa estratégia para suplementação e por decorrência irão obter um melhor aproveitamento no consumo.
Os efeitos benéficos da suplementação de creatina no desempenho da memória podem estar relacionados devido a capacidade da creatina de influenciar a bioenergética cerebral, elevando também os níveis de fosfocreatina e ATP, resultando no aumento da fosforilação oxidativa em sinaptossomas e mitocôndrias cerebrais isoladas. Nos neurônios do hipocampo ela estimula a atividade mitocondrial.
A revisão realizada no presente estudo apresentou a importância da suplementação de creatina, sendo benéfica para indivíduos adultos mais velhos saudáveis. Embora o resultado apresentado tenha sido positivo, essa metanálise foi a primeira a ser apresentada, sendo assim é necessário mais pesquisas futuras, utilizando estudos randomizados, de grande e longo prazo para elucidar o efeito potencial da suplementação.
