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Impacto da intersecção entre etnia e orientação sexual na saúde das mulheres

Estudo publicado no periódico Preventive Medicine explorou as diferenças potenciais de estilo de vida saudável em mulheres com diferentes identidades étnicas e orientações sexuais.

Os pesquisadores analisaram dados de 4.878 mulheres classificadas em 4 diferentes grupos:

– Mulheres de minorias sexuais negras

– Mulheres de minorias sexuais brancas

– Mulheres heterossexuais negras

– Mulheres heterossexuais brancas

Os dados foram obtidos do banco de dados do “National Health and Nutritional Examination Survey”, uma pesquisa transversal conduzida em ciclos de dois anos para a qual adolescentes e adultos civis não institucionalizados nos Estados Unidos são amostrados usando um projeto de probabilidade complexo e de vários estágios. Entrevistas domiciliares sobre saúde e nutrição são conduzidas com todos os participantes, um subconjunto dos quais também passa por avaliações adicionais em centros de exames móveis.

Veja abaixo os principais resultados do estudo:

– As mulheres negras, independente da orientação sexual, tiveram mais chances de relatarem sua condição de saúde como regular ou ruim

– A prevalência de depressão foi maior nas mulheres de minorias sexuais negras do que nas mulheres de minorias sexuais brancas, que por sua vez tiveram maior prevalência de depressão quando comparadas às mulheres heterossexuais brancas.

– O uso de substâncias (cigarro, álcool, cannabis ou drogas ilícitas) foi menos comum entre as mulheres negras de minorias sexuais do que nas mulheres brancas de todas as orientações sexuais.

De acordo com os autores, esses resultados começam a traçar distinções entre identidade étnica e orientação sexual. Eles afirmam que a interseção entre identidade de gênero, orientação sexual e raça é valiosa para a compreensão das disparidades nos padrões de humor, comportamento e estilo de vida saudáveis, mas que essas identidades são complicadas e difíceis de analisar. “Por isso, se fazem necessários mais estudos buscando uma melhor compreensão de como a identidade própria impacta na saúde e como isso está interconectado com a resiliência individual e a solidariedade para elucidar os mecanismos por trás do efeito protetor que muitas vezes é observado para alguns grupos de minorias étnicas em relação aos resultados de saúde”, concluem.

Referência

López JD, Duncan A, Shacham E, McKay V. Disparities in health behaviors and outcomes at the intersection of race and sexual identity among women: Results from the 2011-2016 National Health and Nutrition Examination Survey. Prev Med. 2021;142:106379.

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