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Vesículas extracelulares circulantes e obesidade: qual a relação?

A obesidade é um problema de saúde pública mundial, afetando mais mulheres do que homens, sendo também maior em países mais desenvolvidos. Nos Estados Unidos por exemplo, 18% das mortes de adultos entre 40 e 85 anos são decorrentes da obesidade e suas cascatas.

Inflamações crônicas de baixo grau correspondentes da obesidade se iniciam no tecido adiposo, causando desregulações sistêmicas, aumentando assim, o risco do desenvolvimento de resistência à insulina, diabetes mellitus do tipo 2, arteriosclerose e aumento de pressão arterial.

Também podemos notar um aumento considerável de microvesículas (MVs) circulantes, trazendo uma cascata de desregulações para o sistema endócrino. Estas vesículas estão associadas a uma proteína chamada Perilipina 1 (PLIN1). A PLIN1 é uma proteína específica do tecido adiposo, que é acoplada a uma molécula de gordura, servindo como um marcador desse tecido adiposo, tendo um aumento significativo de sua circulação quando há ganho de peso vindo da forma de se alimentar, síndrome metabólica ou obesidade, tornando-se então, um marcador de saúde.

O aumento de circulação dessas MVs ligadas a PLIN1, predispõe o organismo ao aumento da condição inflamatória e traz consequências para a saúde como o desenvolvimento do diabetes do tipo 2, desregulação de lipólise, lipodistrofia generalizada, alterando até a imunidade inata por desregulação de receptores como TLR 3, 7 e 9. 

A entrega de PLIN1 para as células adiposas resulta em um aumento na disposição de triglicerídeos circulantes, redução de hormônios mediados pela Lipase Hormônio Sensível (LHS) e limitando a produção de eicosanoides (modulares da resposta inflamatória de origem lipídica), resultando no aumento da inflamação crônica do organismo.

A avaliação destas microvesículas circulantes, da PLIN1 e demais particularidades associadas a obesidade podem levar a novas ferramentas de avaliação e diagnóstico para diversas doenças metabólicas induzidas pela obesidade, além de novos biomarcadores que demonstrem a comunicação celular nestas doenças.