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Probióticos podem auxiliar no tratamento da obesidade infantil

Bifidobacterium breve são espécies de bactérias parte da microbiota intestinal natural. Essas bactérias auxiliam a digestão de carboidratos e fibras alimentares, são capazes de produzir ácidos graxos de cadeia curta, e ajudam a coibir o crescimento de cepas de Escherichia coli associadas à obesidade. De fato, pacientes obesos apresentam baixas concentrações fecais de bifidobactérias, o que, em potencial, pode afetar as funções metabólicas, como ingestão calórica e gasto de energia.

Atualmente, obesidade, em todo o mundo, afeta 5% da população infanto-juvenil mundial (de 107 milhões de pessoas). O manuseio clínico da obesidade infantil nem sempre tem sucesso e pesquisadores estão a busca de novas alternativas terapêuticas. Assim, investigadores italianos estudaram o efeito da suplementação de duas cepas de B. breve , categorizadas como probióticos, em 100 pessoas entre 6 e 18 anos de idade com obesidade.

 Os participantes, sem alergias, doenças crônicas e sem uso de antibióticos, probióticos ou prebióticos nos três meses que precederam o ensaio clínico, foram orientados a se alimentar com dieta mediterrânea com controle calórico. Foram, aleatoriamente, distribuídos para em um grupo com suplementação com probióticos B. breve BR03 e B. breve B632 e outro que recebeu placebo por oito semanas.

Os participantes dos dois grupos apresentaram diminuições importantes de IMC, score-z do IMC, circunferência da cintura, pressão arterial sistólica e diastólica, sensibilidade à insulina após o teste de tolerância à glicose oral e concentrações de E. coli.

Em comparação com os pacientes do grupo do placebo, aqueles que receberam probióticos tiveram redução mais acentuada da circunferência da cintura e do score-z do IMC. O grupo probiótico também teve redução significativa dos níveis de insulina em jejum em comparação com os participantes que receberam placebo, bem como na avaliação do modelo homeostático para pontuações de resistência à insulina e das concentrações de E. coli.

Segundo os autores, os dados sugerem que crianças e jovens adultos poderiam controlar a obesidade com suplementação de probióticos. No entanto, ainda observam que o papel da suplementação probiótica é complexo e que a descoberta de grupos de pacientes com diferentes respostas metabólicas sugere que a administração de probióticos deva ser individualizada.

Os autores concluem que pesquisas futuras devem focar em criar estratégias de perda ponderal mais personalizadas, bem como decifrar mais claramente o papel da alimentação e dos probióticos na composição do microbioma.

Referência

Solito A, Hasballa I, Calgaro M, Cionci NB, Ricotti R, Caputo M, et al. Supplementation with Bifidobacterium breve BR03 and Bifidobacterium breve B632 favoured weight loss and improved insulin metabolism in children and adolescents with obesity in the BIFI-OBESE crossover, randomized placebo-controlled trial. Endocrine Abstracts (2020) Vol 70.

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