Você está visualizando atualmente Atividade física é capaz de remodelar o tecido adiposo em adultos com obesidade, mesmo sem haver perda de peso?

Atividade física é capaz de remodelar o tecido adiposo em adultos com obesidade, mesmo sem haver perda de peso?

A obesidade é de extrema importância na saúde pública, demandando atenção de pesquisadores e cientistas em descobrir como metabolicamente funciona este excesso e quais fatores internos e externos podem influenciar essa condição.

Atividade física e adequação de ingestão alimentar são pilares conhecidos para o tratamento e prevenção da dieta, mas seria possível a mudança na composição corporal mesmo sem haver a perda de peso?

Um estudo avaliou 36 indivíduos adultos por 12 semanas, com o diagnóstico de obesidade (IMC > 33 kg/m²) colocados em um programa de treinamento físico contínuo de intensidade moderada (TCIN) atingindo 70% da frequência cardíaca máxima e com duração de 45 min (n =17) ou treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) atingindo 90% da frequência cardíaca máxima, em escalas de 10 × 1 min (n = 19).

Foram coletadas amostras de biópsia do tecido adiposo subcutâneo abdominal (TASB) um dia antes do treinamento, uma vez depois treinamento e uma última vez 4 dias após o treinamento.

A autópsia identificou uma alteração morfológica no TASB, reduzindo o tamanho das células gordurosas, aumento de presença de colágenos do tipo 3 a 5 (ambos p≤ 5), aumentou a densidade capilar (p = 0,05) e alterou a abundância de proteínas dos fatores que regulam a composição de TASB (redução da metalopeptidase da matriz P = 0,02; aumento da angiopoietina-2 P < 0,01). Além disso, o treinamento físico também aumentou a quantidade circulante de proteína reguladora do metabolismo lipídico, como por exemplo, lipase sensível a hormônios e translocase de ácidos graxos (P ≤ 0,03) e das proteínas-chave essencialmente envolvidas na via de proteína quinase ativada por mitógeno (estímulos extracelulares) quando medida no dia seguinte à última sessão de treinamento físico.

A biópsia do TASB não se mostrou mudanças mais significativas no quarto dias após o exercício físico para a maioria dos parâmetros avaliados como significativos no dia seguinte ao exercício físico.

Outro resultado importante que a biópsia do TASB mostrou a este estudo foi o padrão semelhante de adaptações metabólicas, tanto no treinamento HIIT quanto no treinamento TCIN.

Os autores concluíram que mesmo com a ausência da perda de peso nas 12 semanas de acompanhamento dos dois grupos (TCIN e HIIT), a atividade física foi capaz de alterar a composição estrutural do tecido adiposo subcutâneo abdominal, assim como produzir alterações regulatórias no metabolismo e na sinalização inflamatória nos adultos obesos. Apesar dos resultados não mostrarem grandes alterações na liberação de ácidos graxos do tecido adiposo, eles trouxeram fortes afirmações sobre o apoio do treinamento físico junto a uma estratégia da equipe multidisciplinar para o tratamento e prevenção da obesidade.