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Exercícios físicos e intervenção nutricional podem reverter mudança na composição corporal em homens com câncer de próstata e terapia de privação de andrógenos

A terapia de privação de andrógenos (ADT), estratégia onde o corpo é privado do hormônio que dá as características masculinas e colabora para o crescimento do câncer de próstata (CAP). É o tratamento mais comumente utilizado em pacientes com esse tipo de câncer, onde mais da metade dos pacientes recebem este tratamento.

A privação de andrógenos pode ser induzida pela diminuição da testosterona a níveis de castração (definindo como <50 ng/dL (<1,7 nmol/L)), usando agonistas do hormônio liberador de hormônio luteinizante, antagonistas, procedimento de orquiectomia, ou drogas anti-andrógenas.

Dado que a testosterona desempenha um importante papel no ganho de massa magra e ativação da lipólise, nos primeiros 9 meses de tratamento ADT, 13,8% dos pacientes sofreram um ganho de massa gordurosa (FM) e diminuição de 2,4% de massa muscular (ML), alteração que, coloca os pacientes em maiores riscos de comorbidades, desenvolvimento de um câncer mais agressivo e mortalidade específica pelo CAP. Para avaliar um tratamento alternativo a esse efeito colateral indesejado, diversos estudos avaliaram a aplicação de exercícios físicos e intervenção nutricional em uma possível melhora e até mesmo uma reversão nestes padrões.

As diretrizes de exercício físico, recomendam a prática de exercícios aeróbicos para pacientes com câncer de próstata que somem pelo menos 150 minutos por semana de modo moderado a vigoroso e 300 minutos por semana se for estipulado a perda de peso. Os estudos avaliados citam as seguintes intervenções:

  • Treinos intervalados de alta intensidade (como o ciclismo);
  • Treinos de desenvolvimento de habilidades (como o futebol);
  • Exercícios aeróbicos resistidos (como a corrida);
  • Intervenções multimodais (mais de uma estratégia de intervenção);

Em relação a estratégia de intervenção nutricional, foram utilizadas as recomendações das Diretrizes de Alimentação Saudável, como o Guia Alimentar Brasileiro, com direcionamento de porções saudáveis para cada grupo, juntamente as diretrizes da prática clínica para pacientes com câncer de próstata, com uma recomendação aumentada para o consumo de frutas e vegetais, baixo teor de gordura saturada e maior atenção ao consumo de alimentos ricos em vitamina D (>600UI) e cálcio (<1200 mg/dL) com ou sem uma leve restrição energética.

Os autores desta revisão concluíram que o ganho de massa gordurosa e perda de massa magra é um efeito colateral do tratamento ADT para pacientes com câncer de próstata, mas que podem ser revertidos ou amenizados com intervenções nutricionais e prática de exercícios físicos.

As estratégias de melhora na composição corporal, especialmente para os pacientes que são obesos, deve ser encorajadas por uma equipe multidisciplinar. A composição da dieta (macro e micronutrientes) deve seguir as recomendações das diretrizes de alimentação saudável com otimização da ingestão de proteína e os exercícios físicos devem respeitar o condicionamento do paciente, mas quando o objetivo é a perda de peso, os exercícios de maior volume e intensidade são os mais recomendados.

Referência: https://www.mdpi.com/2072-6643/13/5/1664/htm