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Gel oral de dextrose para tratamento de hipoglicemia em recém-nascidos

A hipoglicemia neonatal é comum e pode estar associada a um desenvolvimento tardio de lesão cerebral até os dois anos de idade ou mais, após o episódio. O tratamento, muitas vezes, é clássico: introdução de uma fonte de glicose, na maioria das vezes, pela nutrição enteral junto ao leite ou por via intravenosa, com soluções de dextrose, muito relacionado também à diminuição no sucesso da amamentação.

A suplementação da dextrose por vias intravenosas exige também um cuidado diferente para a mãe e o bebê, muitas vezes, em ambientes separados. Por ser um suplemento barato e de rápida absorção pela mucosa oral, o gel oral de dextrose pode ser um método rápido de correção de hipoglicemia, mantendo a associação com a amamentação continuada e cuidados maternos.

Dois estudos avaliaram o uso do gel de dextrose oral contra o uso de um placebo ou uso de nenhuma terapia para a hipoglicemia, desde o nascimento, até a alta hospitalar de 312 recém-nascidos de países com alto desenvolvimento econômico.

Os bebês incluídos no estudo eram prematuros tardios ou a termo de risco e o gel oral utilizado para a comparação com o grupo placebo foi o de concentração de 40% de dextrose.

Os resultados mostraram que é provável que o uso do gel de dextrose oral aumente o número de correções de eventos hiperglicêmicos (RR 1,08) e pode resultar em reduções de deficiências neurológicas desenvolvidas aos dois anos de idade ou mais, após o episódio (RR 0,46).

Os dados mostraram incertezas nos resultados do uso do gel de dextrose em comparação com o gel de placebo ou uso de nenhuma terapia corretiva para a hipoglicemia nos bebês (RR 0,78). 

Efeitos adversos não foram relatados no grupo de uso do gel de dextrose oral, como por exemplo, engasgos ou vômitos no momento da administração, em adicional, os resultados mostraram uma possível diminuição na separação dos bebês e suas mães no caso de tratamentos para hipoglicemia (RR 0,54) e o aumento do uso de amamentação exclusiva no pós-alta (RR 1,10).

Apesar dos dados mostrarem incertezas nos resultados do uso do gel de dextrose em comparação com o gel de placebo ou uso de nenhuma terapia corretiva para a hipoglicemia nos bebês (RR 0,78), os autores concluem que o uso do gel de dextrose oral é eficaz e seguro para bebês e pode corrigir os eventos de hipoglicemia de forma rápida e barata, resultando em uma discreta diminuição do risco de desenvolvimento de doenças neurológicas tardias, reduzindo a separação da mãe e do bebê para o tratamento e aumentando a probabilidade da amamentação exclusiva ser mantida no pós-alta.