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Novo Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos

O Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos foi criado em 2002, revisado em 2010 e apresentou as primeiras recomendações oficiais sobre alimentação e nutrição para esta faixa etária. Diante das transformações vivenciadas pela sociedade brasileira e respectivo impacto nas condições de saúde e nutrição, uma nova versão totalmente refeita, foi publicada pelo Ministério da Saúde em novembro de 2019.

A nova versão do guia apresenta linguagem mais voltada às famílias do que propriamente aos profissionais de saúde. Reforça a recomendação da amamentação exclusiva até os seis meses e a continuidade do aleitamento materno até os dois anos ou mais. O Guia Infantil está de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira ao enfatizar o consumo de alimentos de acordo com o grau de processamento. O documento inclui também orientações de prática de atividade física, o uso de telas e, pela primeira vez, inclui recomendações para a dieta de crianças vegetarianas.

Uma recomendação importante na nova versão do guia, diz respeito à idade de início da oferta de novos alimentos para crianças não amamentadas, que poderá ser diferente se elas recebem fórmula infantil ou leite de vaca modificado. No caso de crianças que recebem fórmula infantil, a introdução de novos alimentos, inclusive água, deve ser feita a partir dos 6 meses e, a partir dos 9 meses a fórmula infantil pode ser substituída pelo leite de vaca integral. Por sua vez, a criança alimentada com leite de vaca modificado, em casa, poderá receber novos alimentos a partir dos 4 meses para evitar deficiências nutricionais, já que o leite de vaca não possui todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento da criança. Além da introdução de alimentos, a partir desta idade o leite de vaca não deve mais ser diluído.

Para crianças vegetarianas, o guia aponta que, ao suspender alimentos do grupo de carnes e ovos, que fornecem nutrientes importantes para o crescimento e desenvolvimento, é necessário atenção redobrada na escolha e combinação de alimentos, para garantir a oferta alimentar variada em quantidade suficiente de nutrientes para atender as necessidades das crianças e prevenir deficiências nutricionais.

O Guia encerra suas recomendações com os 12 passos para uma alimentação saudável, que são: 

  1. Amamentar até os dois anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até os 6 meses;
  2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses;
  3. Oferecer à criança água própria para o consumo em vez de sucos, refrigerante e outras bebidas açucaradas;
  4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno;
  5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2 anos de idade;
  6. Não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança;
  7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família;
  8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família;
  9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição;
  10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família;
  11. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa;
  12. Proteger a criança da publicidade de alimentos.

Referência 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. Brasília, 2019, 265 p.

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